A floresta amazônica representa o equilíbrio ambiental do planeta devido à sua abundante biodiversidade, porém os elevados índices de desmatamento colocam em risco esse rico ecossistema. Acompanhe esse artigo e veja os números reais sobre o desmatamento na Amazônia.
Por que o desmatamento é tão terrível?
O desmatamento causa um efeito em cadeia. A derrubada de árvores provoca a morte ou a fuga de animais silvestres, que perdem seu habitat natural. O padrão de chuvas também sofre interferências, já que as árvores auxiliam na evaporação da água para atmosfera.
Outra grave consequência do desmatamento é a erosão do solo. As árvores e suas raízes exercem função de sustentação, sem elas, o solo se torna mais vulnerável a deslizamento, contaminação de rios e lagos, entre outros problemas.
A possível recuperação de uma região desmatada é demorada. Especialistas afirmam que, na melhor das hipóteses, a floresta levaria ao menos 20 anos para se recuperar, porém dependendo do dano causado, o desastre em algumas áreas pode ser irreversível.
Quem desmata?
O desmatamento ocorre, principalmente, de duas maneiras, por meio de cortes de árvores diretamente ou queimadas em áreas de mata.
Geralmente, as áreas desmatadas são destinadas à agropecuária, mineração e exploração de madeira para a produção de combustível e para indústria de móveis, papel e construção civil.
Nesse sentido, ainda há o desmatamento ilegal, em que criminosos, sem qualquer responsabilidade ou autorização, devastam habitats inteiros em busca de retorno financeiro.
Números atuais do desmatamento na Amazônia
Nos últimos meses, muita polêmica e informações desencontradas são associadas à atual situação do desmatamento na Amazônia. Portanto, vamos conhecer um pouco melhor estes dados.
Infelizmente, os números reais não são nada animadores. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou informações a respeito do desmatamento na Amazônia, fazendo uma comparação com os últimos anos.
Esses dados são pautados no Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) que faz emissão de alertas diários para orientar a fiscalização do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Esse sistema cobre toda área conhecida como Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão). Já os números oficiais, que contam com 95% de credibilidade, provém do Prode (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite).
O estudo revelou que entre agosto de 2018 e julho de 2019, 6,8 mil km² de floresta estariam em processo de desmatamento, segundo os alertas do Deter. Entretanto o levantamento oficial, até final de julho, ainda não foi anunciado.
No mesmo período anterior (2017/2018), o sistema indicou desmate em 4,5 mil km² de mata nativa. Os números oficiais chegaram a 7,5 mil km², ou seja, 64,8% maior que as estimativas.
Apesar de não possuirmos os números oficiais ainda, a expectativa é que os dados de desmatamento em 2019 sejam bem superiores aos registrados pelo Deter, acompanhando a tendência dos últimos anos.
Os alertas se encontram acima da média histórica. Dados coletados somente no mês de julho/2019, se comparados com o mesmo período de 2018, representam um aumento de 278% na região de floresta amazônica sob alerta de desmate.
O Pará foi o estado que mais registrou alertas de desmatamento, inclusive em áreas de proteção ambiental.
A preservação da Amazônia deve ser um assunto de interesse geral, afinal, sua destruição certamente impactará na sobrevivência de todas as espécies, inclusive do homem. Órgãos públicos, empresas no geral e a sociedade devem reunir esforços efetivos contra essa ameaça enquanto ainda é possível reverter o quadro.