O que são Florestas Comerciais?
As florestas comerciais, também definidas como “florestas plantadas”, são plantios programados, estudados e organizados de espécies florestais. Essa atividade é estudada no âmbito da silvicultura e seu principal objetivo é o cultivo para obtenção de produtos madeireiros e não madeireiros, visando atender a demandas específicas do mercado.
O plantio dessas florestas é realizado em áreas agricultáveis e de forma legal. A produção deve prever o manejo sustentável da floresta e seguir a legislação estipulada pelo município mais próximo da área.
Atualmente, as florestas plantadas mais cultivadas no Brasil são as de pinus e eucalipto, introduzidas inicialmente na região sul do país e destinadas para a produção de energia e celulose. Nos últimos anos, essas espécies se popularizaram também na indústria moveleira devido ao baixo preço.
Já os plantios florestais para a produção de madeiras nobres, de alta qualidade e resistência, são pouco comuns no Brasil. Esses plantios são destinados principalmente para serraria e são compostos por espécies que possuem alto valor de mercado. São florestas de ciclo longo como, por exemplo, as de mogno africano, jacarandá, ipê-roxo, jatobá, teca e tantas outras.
A constante necessidade dos produtos florestais
O ser humano depende das florestas e isso é um fato inegável, seja pelos produtos que ela fornece ou pela importância que apresenta na conservação da água, no sequestro de carbono, na proteção do solo e na manutenção da biodiversidade – os chamados serviços ambientais e ecossistêmicos.
Além disso, a atividade florestal apresenta uma grande variedade de produtos e abrange vários segmentos, incluindo uma série de processos desde o plantio até a transformação da madeira in natura em madeira serrada, além da extração dos produtos não madeireiros.
A área nacional de florestas plantadas tem crescido gradualmente desde a década de 70, principalmente pela necessidade de substituição de madeira de origem nativa por madeira de plantio florestal comercial para usos energéticos e industriais. De acordo com os relatórios emitidos pelo IBGE, o segmento de madeira para construção civil, indústria moveleira, pisos laminados, postes e mourões tem apresentado bom desempenho nos últimos anos, com aumento de 16,6% apenas em 2018. A produção total da silvicultura já ultrapassa R$15 bilhões ao ano.
Em 2019, as pesquisas do IBGE também apontaram um acréscimo de 1,2% na área total de florestas plantadas no país, o que representa um incremento de 118,1 mil hectares. Entretanto, eucalipto e pinus, somados, ainda respondem pela cobertura de 96,1% das áreas cultivadas. Apesar do aumento da área plantada, o preço médio nominal da madeira em tora de pinus e eucalipto no Brasil tem tido oscilações abaixo da inflação, o que implicou em uma recente retração do setor.
A grande variedade de produtos e serviços
Apesar da baixa diversidade de espécies cultivadas no Brasil, as florestas plantadas são responsáveis por uma grande quantidade e variedade de produtos, evidenciando o grande potencial do setor. Frutos, galhos, flores, cascas, resinas e madeira estão sempre presentes em nossas residências e atividades do dia-a-dia: na construção civil, na fabricação de móveis, livros, cadernos, embalagens, papel higiênico, guardanapos, e também produtos como medicamentos e cosméticos. Diversos outras indústrias também se beneficiam de matérias-primas de origem florestal para a produção de molhos, sorvetes, xaropes, ração canina, esmaltes, repelentes naturais, desinfetantes, sabão, tecidos, fraldas, combustíveis, solventes, adesivos, tintas, conservantes, fibras de carbono, mantas asfálticas, entre tantos outros itens.
Além das diversas funções produtivas, as florestas plantadas desempenham um papel muito importante na prestação de serviços ambientais. As árvores contribuem para a redução dos gases causadores do efeito estufa, funcionando como estoques naturais de carbono graças à fotossíntese. Enquanto crescem, fornecem habitats naturais para milhares de espécies, constituem corredores ecológicos que protegem a biodiversidade, recuperam solos degradados e protegem nascentes de rios, além de gerarem matérias-primas renováveis.
Emprego, tecnologia e sustentabilidade
O uso sustentável das florestas é um dos maiores desafios para o Brasil, proprietário da segunda maior área florestal do planeta, ficando atrás apenas da Rússia, além de apresentar a maior área coberta com floresta tropical do mundo.
Em decorrência disso, o país desenvolveu uma estrutura produtiva complexa no setor florestal e relações com produtores de equipamentos, insumos, projetos de engenharia e empresas de produtos florestais no mundo inteiro.
A atuação do setor brasileiro de florestas plantadas vem buscando, através do uso eficiente e sustentável dos recursos ambientais, aumentar sua contribuição para a conservação, preservação e recuperação dos ambientes naturais. O setor tem investido fortemente em inovação e tecnologia para desenvolver soluções alternativas e inovadoras que substituam o uso de recursos fósseis e finitos e em prol de uma economia de baixo carbono.
Com o objetivo de aprimorar a gestão, produtividade e segurança das operações, o setor vem se preparando para o que denominamos Floresta 4.0. Essa era se caracteriza principalmente pela interconexão de máquinas e seus sistemas, utilizando tecnologias digitais nos processos florestais. Segundo dados da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), em 10 anos, a projeção é de que 15% das empresas já deverão ter adotado práticas de indústria 4.0.
O potencial social das florestas comerciais no Brasil também é bastante significativo. A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) informa que a representatividade dentro da matriz econômica brasileira é de uma geração de empregos na casa dos 3,8 milhões, entre diretos, indiretos e resultante do efeito renda.
Florestas comerciais podem ajudar a combater o desmatamento?
Existem diversas espécies de vida que residem nas árvores, quer seja na copa, tronco ou nas raízes, e que estabelecem relações ecológicas complexas ao longo dos anos, assim como foi imposto de forma gradual pela evolução. A extração ilegal das matas nativas destrói todos esses processos da natureza e a biodiversidade estabelecida nesses habitats ao longo de centenas de milhares de anos, acarretando em um lastimável prejuízo ambiental.
As florestas também atuam no equilíbrio no sistema hídrico, elas são as responsáveis por permitir gerar chuva na parte central do continente. Especialmente, no caso da floresta amazônica, as árvores formam estruturas bem mais abundantes, uma espécie de curso d’água invisível que circula pela atmosfera, os chamados “rios voadores”.
Não ocorrendo a recomposição das matas derrubadas, os impactos climáticos podem ser irreversíveis e avassaladores. Também tem sido previsto um déficit na produção de madeira para o mercado serralheiro, conhecido como fenômeno do “apagão florestal”. Essa expressão indica a futura escassez de madeira, caso não sejam ampliadas as áreas de plantios florestais.
As florestas comerciais têm se tornado um investimento muito atrativo para quem almeja gerar impacto positivo e de extrema relevância para o mercado, justamente devido à crescente demanda de madeira tropical durável e densa. Há inúmeros benefícios nesse investimento, podendo ser destacados: produção de matéria-prima de origem sustentável, formação de estoques de carbono, serviços ambientais, produção de mudas e sementes, atividades culturais, científicas, recreativas e educacionais.
O cultivo de árvores atende uma demanda latente, além de reduzir a pressão ocorrente sobre as matas nativas, que possuem grande valor ecológico. Sendo assim, as florestas plantadas para a produção de madeira nobre tem se revelado como uma oportunidade de negócio viável e sustentável.
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