Preservação, ecologia, reflorestamento, agroecologia, desenvolvimento sustentável… É comum nos depararmos com estes termos nos telejornais, revistas e mesmo no dia a dia, em conversas informais, selos e certificações de produtos que consumimos, nas redes sociais e na agenda política mundial, nacional ou local.
Vivemos, tal como diz a canção, em um “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. Então, precisamos pensar a importância, preservação e sustentabilidade desta “natureza exuberante”, entendendo seu potencial econômico e social.
Para isso, que tal percorrermos e entendermos o sentido destas palavras num contexto específico: a importância histórica das florestas no Brasil e a iniciativa das agroflorestas para nosso desenvolvimento econômico?
As florestas na história do Brasil
Explorar nossas características únicas e riqueza natural é uma estratégia que ao mesmo tempo beneficia o meio ambiente e possibilita o desenvolvimento regional – pensando especificidades de clima, solo, fauna, flora e comunidades locais. A floresta faz parte da nossa história e o seu manejo, a forma que aproveitamos esses recursos naturais, é uma questão fundamental para o nosso futuro.
Se buscarmos historicamente, temos no próprio nome do nosso país um indício da importância das atividades extrativistas nas matas e florestas brasileiras. Nosso Brasil se deve à exploração e quase dizimação histórica da árvore conhecida popularmente como pau-brasil. A extração indiscriminada de nossos recursos naturais marcaram o período de colonização e, atualmente, configuram um comércio de biopiratarias voltadas, principalmente, às indústrias cosméticas e farmacêuticas, além do comércio ilegal de madeiras nativas.
Fora isso, é importante destacar que a atividade florestal corresponde a 4% do PIB nacional e a 10% do total de exportações do país. As florestas plantadas contribuem com 70% destes resultados, daí seu enorme potencial para impulsionar a bioeconomia.
Como podemos nos apropriar de um dos maiores ativos do Brasil, a biodiversidade, conciliando-a com as necessidades de produção do mercado, sem repetir os erros do passado? Como mudar este histórico de desmatamento e garantir um futuro mais próspero, com um repertório biodiverso e com inovações em técnicas, insumos e produtos?
Um dos nossos maiores ativos é a Biodiversidade
É evidente o subaproveitamento da nossa biodiversidade e o baixo investimento do Brasil em sistemas de plantio biodiversos e regenerativos. Hoje, a grande maioria das florestas plantadas ainda é implementada em modelos industriais, com sistemas de monocultura ou consórcios simplificados. Ainda são incipientes modelos como os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), apesar de seu potencial econômico já ter sido validado em inúmeros casos de campo e estudos científicos.
Sistemas regenerativos agregam maior diversificação e qualidade aos produtos florestais, aliando vantagens de performance econômica e ambiental. Sob este ponto de vista, são considerados uma oportunidade de inovação.
Que tal conhecermos um pouco da sua história e dos esforços em prol da manutenção, convívio e uso da floresta na produção de renda, trabalho e na busca pelo manejo sustentável? Vamos, então, entender um pouco sobre as práticas da silvicultura no Brasil.
Você sabe o que é Silvicultura?
A silvicultura é a área de conhecimento que estuda e pesquisa métodos (naturais e artificiais) voltados ao melhor uso e conservação da floresta, considerando os processos de produção, reprodução e cultivo, e levando sempre em conta sua regeneração, manutenção e o melhoramento das espécies. Este objetivo, portanto, contempla seu uso mercadológico e o manejo racional, com foco no aproveitamento sustentável dos recursos naturais.
O aproveitamento sustentável é aquele que considera a melhor forma de explorar as riquezas naturais, demonstrando as vantagens da adesão a modos de cultivo que juntem interesses de mercado à preservação da biodiversidade florestal.
Considerando estes princípios, a silvicultura praticada em sistemas agroflorestais se apresenta como uma das opções mais rentáveis e, ao mesmo tempo, totalmente inovadora, capaz de integrar conhecimentos históricos e científicos a novas tecnologias. Neste modelo de produção, o foco não está no volume produzido às custas do esgotamento dos recursos naturais ou no uso de insumos externos artificiais, mas sim em uma arquitetura ecológica cooperativa que maneja os recursos naturais de forma inteligente, aproveitando-se das relações entre as plantas e respeitando os limites de produtividade em cada ecossistema.
Vantagens dos produtos Agroflorestais
O mercado se reinventa, cria perfis de consumo e, nos dias atuais, começa a circular valores que extrapolam somente o financeiro. Agregar valor à mercadoria e à produção significa, cada vez mais, considerar a circulação de informação através das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). O consumidor consciente está muito atento ao custo-benefício, mas também inclui como benefício o propósito das marcas as quais adere.
O sucesso em vendas não é uma conta simples da relação entre oferta e demanda. O que faz então um consumidor optar por determinada marca a ao invés de outra? Há vários aspectos:
- Qualidade
- Inovação
- Responsabilidade social e ambiental
- Método/meios de produção
- Preço
- Confiabilidade
Na maioria das vezes procura-se agregar o máximo de qualificações e conhecimentos no simples ato da compra.
Para um consumidor atento e exigente, é preciso ofertar produtos diferenciados desde a sua concepção até as fronteiras que vão muito além do produto: os impactos ambientais, econômicos e socioculturais. Um ótimo exemplo de qualificação ambiental procurada por milhares de consumidores é a pegada de carbono, que você já deve ter notado em alguns produtos. Outros selos, como o FSC (Forest Stewardship Council), indicam a confiabilidade e legitimidade da cadeia de custódia.
Sob este ponto de vista, a agrofloresta se mostra como uma oportunidade de inovar agregando diversas vantagens concretas. Veja algumas delas:
- Proteção do solo e da água por meio de um planejamento favorável à regeneração do ecossistema;
- Equilíbrio dos recursos naturais bióticos e abióticos;
- Aumento da fertilidade do solo;
- Aumento do estoque de carbono no solo (raízes das plantas) e nos estratos vegetativos (todos os estratos são ocupados à semelhança de uma floresta natural);
- Diminuição e controle da incidência de plantas invasoras e pragas;
- Produção diversificada de alimentos, madeira e outros produtos florestais;
- Valores compatíveis com as metas vigentes de consumo e produção sustentáveis observadas em acordos comerciais internacionais.
Negócios em sociedade com a Natureza
A agrofloresta não é só “um bom negócio”, mas pode ser vista como “um negócio bom”. Isto porque contempla os interesses do produtor, proporcionando maior resiliência e segurança financeira através da diversificação, além da resiliência ambiental, porque observa e implementa uma verdadeira gestão dos recursos naturais. As atividades incorporam conhecimento e mão-de-obra local, colaborando com o desenvolvimento regional de maneira atenta às políticas de desenvolvimento social, sensibilizando positivamente o consumidor final. Sua rentabilidade vai além do lucro imediato, abrindo-se a novas oportunidades de mercado e inovações biotecnológicas futuras.
A agrofloresta pode e deve ser um importante vetor do desenvolvimento sustentável no nosso país que, de fato, foi “abençoado por Deus”, pois dispõe de um patrimônio gigantesco em biodiversidade e condições climáticas tropicais muito favoráveis à alta produtividade florestal. O Brasil é uma nação com enorme potencial: mão de obra abundante, extensão territorial e demanda pela recuperação de áreas degradadas que se tornaram improdutivas.
A Radix é uma startup que busca atuar na fronteira da inovação, com segurança e rentabilidade. Estamos sempre antenados às mudanças positivas nas cadeias produtivas e buscando o aprendizado necessário para superar os desafios! Nesse sentido, somos grandes fãs dos sistemas regenerativos, pois já verificamos que o cultivo de Mogno Africano é muito promissor nestes sistemas.
Estamos nos aproximando de iniciativas agroflorestais na Amazônia! Você tem interesse em investimentos em Agrofloresta? Entre em contato agora mesmo com a nossa equipe pelo e-mail*, redes sociais ou demais canais de comunicação! *investidor@radixflorestal.com.br.br
4 comentários em “A importância histórica das florestas no Brasil e a iniciativa das Agroflorestas para o desenvolvimento econômico sustentável”
Sou um produtor rural inserido no Projeto de Fomento Florestal da CENIBRA – Minas Gerais – de florestas de eucaliptos plantados. O que a Radix promove neste setor de florestas para CELULOSE?
Olá Francisco! Gratos pelo seu comentário! Nossos módulos florestais não são voltados para celulose, mas iniciamos experimentos no plantio de pau de balsa que acreditamos ter grande potencial nesse setor.
Excellent idea
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