A humanidade nem sempre plantou alimentos. Segundo estudiosos da pré-história, nossos antepassados mais remotos viviam como nômades e se alimentavam exclusivamente da caça e coleta de alimentos disponíveis na estação.

Então, há aproximadamente 12 mil anos atrás, a última era glacial chegou ao fim, e esse evento mudou completamente a forma dos seres humanos encontrarem e consumirem a sua comida, algo que acabou se traduzindo em uma mudança completa em seu estilo de vida.

Com o aumento da temperatura e umidade no planeta, ocorreram algumas mudanças importantes, como a extinção dos grandes animais, a formação de florestas e o aumento na fertilidade do solo.

Tudo isso aconteceu no período Neolítico e acredita-se que a revolução agrícola começou justamente nesse momento, quando as sementes transportadas por coletores brotaram, dando origem a uma nova planta da mesma espécie.

A partir daí, os seres humanos passaram a estudar o ciclo das plantas e aprenderam sobre como cultivar alimentos em maior quantidade. Com essa nova fonte de alimento e a possibilidade de plantar e colher, os humanos foram abandonando pouco a pouco a vida nômade, para buscarem locais com o clima mais propício para fixar residência. Essas pequenas aldeias ficavam próximas aos rios para facilitar a fertilização dos plantios e o consumo de água.

Ao longo do tempo, as aldeias foram se transformando nas primeiras civilizações. Tudo isso mostra o quanto a agricultura é importante, não apenas para a nossa sobrevivência, quanto para a nossa história.

Segurança Alimentar x Crise ambiental

A alimentação é uma necessidade básica para a sobrevivência do ser humano, além de um direito fundamental: todos nós precisamos do alimento para existirmos e de um bom equilíbrio nutricional para que possamos ter boa saúde e qualidade de vida.

Acontece que, por mais que a produção de alimentos seja abundante, a distribuição nem sempre é igualitária, prejudicando a disponibilidade de alimentos para diversas pessoas e comunidades. Por isso, a segurança alimentar está se tornando uma pauta vital para as lideranças globais e regionais.

Segundo um relatório da ONU, lançado em 2019, a população mundial deve alcançar a marca de quase 10 bilhões de pessoas até o ano de 2050. Esse número impressionante também causa preocupação, afinal, como faremos para garantir a segurança alimentar de tantas pessoas, se a fome e a desigualdade já são realidade agora, onde a taxa populacional é bem inferior? Para entender melhor essa preocupação, basta saber que o número de pessoas afetadas pela fome subiu para 828 milhões, em 2021.

A verdade, é que precisamos encontrar novas estratégias para alimentar a todos, sem esgotar os recursos naturais e prejudicar o meio ambiente. Caso contrário, ao consumir hoje, estaremos prejudicando nossa própria existência no amanhã.

Quando a Agricultura Encontra a Sustentabilidade

Iniciado em meados dos anos 70, o movimento por uma agricultura sustentável e regenerativa surgiu do entendimento que, apesar de essencial para o desenvolvimento da nossa sociedade, a atividade de agricultura convencional oferecia diversos impactos negativos para o meio ambiente.

Cerca de 50 anos depois, nos dias atuais, as questões ambientais se tornaram uma urgência de grandes proporções, fazendo com que a preocupação com o futuro do planeta deixasse de ser exclusiva de lideranças e ativistas ambientais, para se tornar uma prioridade para grande parte da população. E é justamente essa pressão, realizada por muitos consumidores, está levando a produção de alimentos a se tornar cada vez mais alinhada à preservação do meio ambiente.

Entendendo a Agricultura Sustentável

Também conhecida como agroecologia, essa nova forma de cultivar vegetais e colocar comida na mesa da população, busca o equilíbrio entre a produtividade no agronegócio, a rentabilidade para os produtores rurais e um modelo ambientalmente responsável e capaz de atender essa demanda que cresce exponencialmente com alimentos saudáveis e seguros.

Para isso, podem ser utilizadas diferentes técnicas e sistemas agrícolas, sempre utilizando os recursos naturais de forma consciente e com alguns objetivos básicos em mente, como por exemplo:

• Reduzir a degradação do solo
• Produzir alimentos saudáveis
• Preservar a biodiversidade
• Melhorar a qualidade de vida do produtor
• Evitar o desperdício de insumos
• Melhorar a gestão da água

Para alcançar esses objetivos, podem ser empregadas estratégias, como o reaproveitamento de materiais, a alternância e consórcio de culturas, o uso de fontes de energia renováveis e o uso de pesticidas naturais, por exemplo.

Exemplos de Agricultura Sustentável

Desde que seja ambientalmente sustentável, economicamente viável e socialmente responsável, qualquer sistema pode ser considerado sustentável, por isso não param de surgir novas técnicas, práticas e filosofias para otimizar cada vez mais a produção consciente. Conheça alguns dos tipos mais populares utilizados por pequenos e grandes produtores rurais:

Sistemas Agroflorestais

Também conhecido como SAF, esse tipo de sistema reúne culturas agrícolas com espécies arbóreas, com o objetivo de produzir alimentos, madeira, frutos e ainda restaurar a floresta. É um sistema altamente rentável e ainda faz uso do manejo florestal.

Permacultura

A proposta da permacultura é criar sistemas holísticos, capazes de integrar a terra, as pessoas, os recursos naturais, os animais e o meio ambiente como um todo. Esse sistema é pautado em um modo de vida natural e minimalista.

Agricultura Natural

Nesse modelo, evita-se a manipulação do solo na medida do possível e o ciclo natural é respeitado ao extremo, para simular a natureza.

Agricultura Biológica

Nesse sistema, o agricultor utiliza técnicas preventivas como a adubação orgânica e o manejo ecológico para manter o solo fértil e a produção sempre saudável.

Agricultura Regenerativa

Considerada como uma das ramificações da agricultura sustentável, a agricultura regenerativa não apenas busca a preservação do meio ambiente, mas também a recuperação do mesmo.

Esse modelo vem ganhando cada vez mais destaque dentro do contexto de emergência climática e é utilizado como modelo de negócios até mesmo por gigantes industriais. Esse sistema é capaz de oferecer uma produção eficiente e ao mesmo tempo promover a recuperação da saúde do solo degradado por atividades anteriores.

As técnicas utilizadas nesse modelo incluem a rotação de culturas, redução do arado, plantas de cobertura e a adubação verde.

Fazendo a sua Parte

Assim como todo o trabalho do campo tem impacto naquilo que consumimos nas grandes cidades, nossas decisões de consumo também são capazes de estimular uma transição mais rápida entre o modelo de cultivo tradicional e os sustentáveis.

O consumo consciente está se tornando uma realidade cada vez mais presente: os consumidores e investidores buscam transparência nas informações e compromisso das empresas com aquilo que acreditam.

É preciso buscar conhecimento sobre os produtos, serviços e o conteúdo que consome: qual é sua origem, como foi produzido, como a mão de obra foi remunerada e por aí vai.

Só assim, iremos garantir um futuro mais justo e sustentável para nós mesmos e para as próximas gerações.

Floresta S/A

Outra forma de impactar positivamente o futuro do nosso planeta, é investindo em empresas e projetos alinhados à sustentabilidade.

A Floresta S/A, por exemplo, é uma spin-off da Radix Investimentos Florestais e atua com a produção agroflorestal, além de ser uma ponte entre pequenos produtores rurais e o mercado consumidor.

Em apenas um ano de existência, a Floresta S/A já captou mais de 2,4 milhões em recursos para reflorestar 50 hectares, preservar mais 100 hectares e plantar 45 hectares em agroflorestas e sistemas silviculturais.

Conheça o trabalho de recuperação de paisagens, realizado pela Floresta S/A, e descubra como trazer rentabilidade para sua carteira de investimentos, enquanto ajuda a regenerar a Amazônia.

^{Por Milene Moraes Almeida
Pós-graduada em Marketing Socioambiental e
Gerente de Relacionamento com o Investidor Radix}