Investimento Florestal Radix

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E FLORESTAS, QUAL A RELAÇÃO?

Segundo a Organização das Nações Unidas, as atividades humanas são as principais responsáveis pelas mudanças climáticas desde 1800. Desde a Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, a temperatura média global aumentou em 1,1ºC, e o período entre 2011 e 2020 foi o mais quente já registrado. O primeiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em agosto de 2021, estima que nos próximos 20 anos a temperatura possa subir até 1,5ºC.

Essa elevação na temperatura global pode resultar em uma crise ambiental que afetará o mundo nos próximos anos. Como consequência, os efeitos climáticos já observados em diversas regiões, como estiagens, inundações, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, calor intenso, incêndios florestais, desaparecimento da biodiversidade e intensificação do efeito estufa, serão mais frequentes e terão impactos significativos em toda a vida terrestre.

COMO EVITAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Um dos caminhos para combater as mudanças climáticas é deixar as florestas em pé. A fauna e flora são capazes de controlar os ecossistemas e mantê-los em equilíbrio. Enquanto alguns animais são eficazes na dispersão de sementes, que geram novas plantas, as árvores captam gás carbônico (CO2) e liberam gás oxigênio (O²) no ar, fundamental para os seres vivos.

De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Nature Climate Change, de 2001 a 2019, as florestas conseguiram sequestrar aproximadamente duas vezes mais CO2 do que emitiram. Isso significa que elas absorveram 7,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.

O processo de sequestro de carbono se dá através da retirada do gás da atmosfera e fixação dele na biomassa das plantas em fase de crescimento. Sendo assim, os dados apresentados reforçam a importância de combater o desmatamento e promover o plantio de árvores, visto o potencial neutralizador carbônico que elas oferecem. Segundo o Instituto Brasileiro de Florestas, por exemplo, a cada sete árvores, é possível reter uma tonelada de CO2 nos primeiros 20 anos de idade da planta. 

PRODUÇÃO DE PLANTAS E RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA COMO PARTE DA SOLUÇÃO

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o período de 2021 a 2030 como a Década da Restauração de Ecossistemas, o que expôs o déficit de áreas naturais no Brasil: 19,5 milhões de hectares. Somente na Mata Atlântica, são 6,8 milhões de hectares, o que representa 35% do total do déficit do país. Do total, quase 80% são em áreas particulares, conforme os dados da Fundação SOS Mata Atlântica. 

Em recente publicação, a revista científica Nature aponta o bioma como prioritário para a restauração ecológica no mundo, visto os benefícios para a mitigação das mudanças climáticas e à conservação da biodiversidade. A floresta integra um grupo de ecossistemas em que a recuperação de 30% de suas áreas evitaria a extinção de 71% das espécies ameaçadas. Além disso, sequestraria 49% do aumento total de carbono na atmosfera, desde o período pré-industrial. 

REDD: REDUÇÃO DAS EMISSÕES POR DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO FLORESTAL

O REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal) ou, em inglês, Reducing Emissions from Deforestation é um conjunto de incentivos econômicos que tem por objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa resultantes do desmatamento e da degradação florestal — mudanças que prejudicam a floresta e limitam seus serviços ambientais. O conceito parte da ideia de incluir na contabilidade das emissões de gases de efeito estufa aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e da degradação florestal. 

O Redd+ é um mecanismo projetado para utilizar incentivos de mercado e financeiro visando à redução das emissões dos gases de efeito estufa oriundos da degradação das florestas e do desmatamento. O desmatamento e a degradação florestal respondem por aproximadamente 11% das emissões de carbono. Esse número é superior a todo o carbono emitido, por exemplo, pelo setor de transportes. Basicamente, o mecanismo REDD cria a possibilidade de que iniciativas sejam recompensadas financeiramente por seus esforços relativos à redução de emissões de gases do efeito estufa. Essas iniciativas podem ser relacionadas a governos e a empresas. 

Quais as condições para um projeto REDD?

O REDD é visto como um mecanismo fundamental de redução da quantidade de CO2 lançada na atmosfera pelo desmatamento em todo o mundo, causador do aquecimento global. E para oferecer reduções reais nas emissões de dióxido de carbono, REDD deve satisfazer às seguintes condições:

Adicionalidade

Prova de que qualquer redução nas emissões de um projeto REDD é genuinamente adicional às reduções que ocorreriam se esse projeto não existisse.

Sem vazamento 

O vazamento é uma redução nas emissões de carbono em uma área que resulta no aumento das emissões em outra. Um exemplo clássico é quando restringir o corte raso em uma região da floresta, isso  leva os agricultores a derrubá-lo em outra.

Permanência

A viabilidade de longo prazo das emissões reduzidas de um projeto REDD depende muito da vulnerabilidade da área florestal ao desmatamento e/ou degradação.

Quais os elementos necessários para o reconhecimento de resultados de REDD+?

Para obter o mecanismo REDD+ é necessário: 

  • Estratégia nacional para REDD+;
  • Nível de referência nacional de emissões florestais ou nível de referência florestal (ou, como uma medida interina, os correspondentes níveis subnacionais);
  • Sistema nacional robusto e transparente para o monitoramento florestal e o relato das atividades de REDD+ (ou, se apropriado, o monitoramento e o relato em nível subnacional como medida interina);
  • Sistema de informações sobre como as salvaguardas de REDD+ estão sendo implementadas e respeitadas, com respeito à soberania nacional. 

Elementos da Estratégia Nacional de REDD+ incluem: 

  • Vetores de desmatamento e degradação florestal;
  • Questões fundiárias;
  • Questões de governança florestal;
  • Considerações de gênero e salvaguardas.

Como é o financiamento REDD?

Uma vez que o sistema esteja implantado, mecanismos de financiamento baseados no mercado, como comércio de carbono e envolvimento do setor privado, podem ser introduzidos. Algumas propostas apoiam uma combinação de financiamento do governo e do setor privado.

O comércio de carbono é baseado na ideia de que empresas e governos podem cumprir as metas de redução de suas emissões de CO2  pagando por reduções em outras partes da economia global. 

Portanto, o REDD+ poderia permitir a emissão de créditos para quantificar o carbono economizado por meio do “desmatamento evitado”. E esses créditos poderiam então ser negociados nos mercados de carbono. 

Por Matheus Maia Moraes
Pós-graduando em Marketing e Gestão de Agronegócio
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