O que são agroflorestas e como o mogno africano pode ser utilizado nesse aspecto?
O mogno africano, uma das mais nobres madeiras cultivadas no Brasil, tem despertado cada vez mais a atenção de investidores, produtores e pesquisadores, devido ao seu grande poder de retorno econômico. O plantio dessa árvore se insere também, com sucesso em sistemas agroflorestais.
O que são agroflorestas?
Agroflorestas ou sistemas agroflorestais, conhecidos também como SAF, referem-se à utilização do solo para diferentes fins, em um determinado período. Espécies arbóreas, cultivos agrícolas e/ou criação de animais, estão inseridos neste cenário.
Quais os tipos de sistemas agroflorestais:
• Sistemas Silvipastoris: Que consistem na combinação de árvores e animais.
• Sistemas Agrossilviculturais: Que consistem na combinação de árvores com cultivos agrícolas anuais.
• Sistemas Agrossilvipastoris: Que consiste na combinação de animais com cultivos agrícolas.
• Sistemas de Enriquecimento de Capoeiras com Espécies de Importância Econômica: Como o próprio nome já diz, esse sistema combina árvores de espécies importantes economicamente.
Quais os benefícios das agroflorestas?
Essa combinação inteligente, entre diversas espécies no mesmo solo, pode trazer inúmeros benefícios. A degradação ambiental, que vem crescendo com o passar dos anos, tornou-se um dos principais motivos para aderência dessa prática. Já que o sistema contribui também para conservação do solo, das áreas florestais e das microbacias.
Utilizar árvores como fonte de renda, levando em consideração o comércio de frutos e madeira, surge como uma oportunidade sustentável e rentável para o setor.
Além disso, o sistema também garante atender as reais necessidades dos produtores, o que inclui alimentos, cultivo de plantas medicinais e a extração de madeiras; aumento da diversidade de espécies; melhoria da estrutura e fertilidade do solo; redução de custos com implantação e manutenção; aumento da produção e, consequentemente, da renda familiar etc.
Resumidamente, podemos dizer que os sistemas agroflorestais surgiram como uma oportunidade para contribuir com o desenvolvimento econômico e para preservar o meio ambiente.
Mogno africano e as agroflorestas
Apesar do retorno garantido, o mongo africano trata-se de um investimento em longo prazo. O tempo de corte varia entre 15 e 20 anos. E se tempo é dinheiro, imagina o restante do solo sem produzir, só aguardando a hora certa?
O fato é que até o corte, a mesma área pode ser utilizada para o plantio de outras espécies. Esse plantio misto, além de rentável, contribui, inclusive, para um bom desempenho da espécie.
Cultivo de mongo africano em agroflorestas
Há diversos registros de cases de cultivo de mongo africano em SAF, no Brasil. No Pará, por exemplo, foi possível atingir excelentes resultados no cultivo conjunto entre milho, feijão, mandioca e mogno africano.
Em Minas Gerais, o cultivo foi misto com o café. Os resultados também foram surpreendentes: as árvores serviram para o sombreamento do local, o que contribuiu para uma colheita farta e bem-sucedida, além da melhora no sabor da bebida. A qualidade da madeira também é indiscutível.