De um lado, uma pessoa ou empresa com uma boa ideia e um grande potencial de sucesso ou impacto positivo, porém sem os recursos necessários para viabilizar seu projeto. Do outro, um grupo de pessoas interessadas em apoiar financeiramente o impacto positivo investindo em uma ideia ou projeto, mas sem ter um meio ou tempo para fazê-lo.
Foi dessa necessidade de reunir boas iniciativas ao capital, através de um grupo de financiadores em potencial, que nasceu o crowdfunding. Dessa forma, um grande número de pessoas se reúne cooperativamente para ajudar a tornar um produto, evento ou ideia real e com isso, ainda lucrar e fazer parte de um propósito maior.
Apesar de não ser um conceito tão novo assim, foi a internet e a globalização que popularizaram esse formato de captação de recursos, e o que começou com uma forma descomplicada de financiamento, se tornou um mercado tão atraente para investimentos, que saltou 139% em número de investidores, só no último ano.
A História do Investimento Coletivo
Um dos motivos para o aquecimento repentino desse mercado, foi justamente a resolução CVM 88, implementada depois de muita pressão do setor para que as empresas e startups pudessem captar valores mais altos com menos burocracia e mais liberdade, mas antes que pudesse alcançar esse marco, o crowdfunding teve uma longa trajetória.
Apesar do termo crowdfunding ter nascido apenas em 2006, o primeiro registro de um investimento coletivo a ficar popular foi o realizado para viabilizar a turnê de uma banda britânica, nos anos 90. O sucesso foi tanto, que acabou levando à criação da primeira plataforma de crowdfunding, que era voltada para o financiamento de cantores, bandas e outros artistas musicais.
A partir daí, não demorou muito para que outros setores do mercado percebessem que o potencial dessa modalidade para impulsionar muitos outros tipos de projeto e produtos do varejo. Diversos empreendedores, que antes tinham a falta de capital como gargalo, passaram a recorrer ao crowdfunding para financiar a produção em massa de seus protótipos nas plataformas digitais, que passaram a pipocar na internet.
Esse mercado em expansão exponencial levou o presidente americano, Barack Obama, em 2012, a assinar uma lei para regularizar as operações de crowdfunding, especialmente o equity, muito utilizado por startups para tirar negócios do Power Point.
Modalidades de Crowdfunding
Falando em equity, por mais que todos tenham o objetivo de dar vida a uma ideia, existem diferentes tipos de financiamentos coletivos, que devem ser escolhidos de acordo com o propósito e funcionamento do seu projeto. Conheça algumas das modalidades mais comuns:
• Crowdfunding de Doação: nessa modalidade, também conhecida como vaquinha virtual, o objetivo da captação é ajudar alguma causa pessoal ou mesmo institucional, sem que isso gere nenhum retorno. É o apoio pelo apoio.
• Crowdfunding de Recompensa: nesse caso, o apoiador recebe brindes que vão depender do valor aportado. Quanto maior a contribuição, maior a recompensa. Assim, o idealizador estimula apoios maiores.
• Debt Crowdfunding: nesse tipo de operação, um grande número de pessoas empresta um valor estabelecido em contrato, que deverá ser reembolsado com juros, futuramente.
• Crowdfunding Recorrente: Esse método de arrecadação de contribuições é mensal e cobrado diretamente na conta bancária do assinante.
• Equity Crowdfunding: Voltado para startups e pequenas empresas, nessa modalidade o apoiador age como investidor, apoiando a empresa em troca de uma participação proporcional nos lucros obtidos.
Vantagens Muito Além do Capital
Apesar do investimento coletivo ter em sua essência o objetivo de levantar apoio financeiro, os benefícios vão muito além do dinheiro, tanto para o apoiador, quanto para o apoiado.
Por exemplo, no caso do equity crowdfunding, a empresa não apenas consegue o aporte necessário para dar vida a um produto ou serviço, quanto expõe o seu protótipo à avaliação popular para testar seu apelo mercadológico. Isso mesmo, ao convidar a comunidade para contribuir, o empreendedor conseguirá validar se a sua ideia é relevante, capaz de despertar o interesse e engajar um grande número de pessoas.
Já para o investidor, apoiar uma causa ou empresa traz um senso de pertencimento à uma comunidade. Além disso, também vale a pena mencionar alguns outros benefícios dessa modalidade para ambas as partes:
• Barreiras geográficas: através de plataformas avançadas, o empreendedor é capaz de levar o conceito de sua empresa cada vez mais longe, podendo captar investidores de todas as partes do mundo se assim desejar.
• Descentralização do mercado: com o crowdfunding, fica muito mais fácil para novos empreendedores acessarem o espaço que, anteriormente, estava reservado apenas para grandes empresários. Além disso, o formato também viabiliza que investidores de pequeno porte possam lucrar investindo em empresas.
• Ampliação do impacto positivo: esse modelo é uma alavanca para projetos de impacto ambiental, social, cultural e econômico, que de outra forma, encontrariam gargalos financeiros para serem realizados.
• Divulgação facilitada: é muito mais provável que o investidor deseje compartilhar o seu apoio a um projeto que acredite ser capaz de tornar o mundo um lugar mais justo e sustentável, do que quando compra um outro produto qualquer do varejo. Esse fenômeno é capaz de baratear o custo com marketing desse tipo de projeto.
• Redução do risco para o empreendedor: ao se utilizar de um contrato de investimento coletivo para financiar o seu plano de negócios, o empreendedor evita recursos mais arriscados como empréstimos com o banco.
• Fidelização: a ideia de ajudar uma causa e “fazer junto” é capaz de fortalecer a conexão de confiança no investidor, facilitando uma relação duradoura, que não é fácil de estabelecer no comércio, por exemplo.
• Valorização do protótipo: quanto mais pessoas acreditarem na sua ideia, mais fácil se torna para conquistar a adesão de mais investidores.
• Economia real: investir em ativos da economia real é essencial para aquecer o mercado e trazer impacto positivo para a sociedade.
Colocando sua Ideia em Prática
Se você tem uma startup e se interessou pela modalidade, agora deve estar se perguntando qual é o caminho para chegar até os investidores em potencial. Então vamos lá, pois vamos te ajudar com esse passo a passo.
Primeiramente, é preciso encontrar uma plataforma que se adeque aos objetivos do seu projeto. São várias as plataformas brasileiras voltadas para o crowdfunding, sendo que algumas delas ainda possuem segmentações específicas. Antes de começar, também vale a pena pesquisar cases de sucesso, ou seja, outras empresas que partiram de onde você está e já conquistaram a meta que você deseja alcançar. Isso, sem dúvidas, vai te inspirar a dar o primeiro passo.
Agora é hora de desenvolver o seu argumento e história: aqui é preciso ser conciso e claro sobre o que está propondo, caso contrário, o investidor pode perder o interesse rapidamente. Crie um vídeo de divulgação para que o investidor possa entender com facilidade o conceito da sua empresa, as vantagens para os apoiadores, além das suas metas, prazos e expectativa de retorno.
É essencial que você fuja de termos técnicos e formalidades desnecessárias, pois existem formas mais eficientes de demonstrar autoridade sem confundir o público leigo sobre o assunto. A ideia é criar um material de fácil aceitação, que gere interesse e curiosidade de forma rápida.
Após um primeiro contato, é importante nutrir o prospect interessado com material educativo e inspirador, para que mantenha o seu interessa até a decisão de apoio ou investimento. O material mais técnico e detalhado deve sim ser disponibilizado, mas não é recomendado como um cartão de visitas, e sim como material de estudo para os investidores que já se encontram na base do funil, prontos para investir. Por fim, uma dica muito útil é: apareça! Mostrar quem está por trás da ideia facilita uma conexão com a audiência.
O Que é Preciso para Financiar o Projeto de Impacto
Independentemente da plataforma escolhida, é preciso estar ciente de que o seu projeto passará por uma curadoria detalhada para avaliar se possui o potencial de trazer o retorno prometido para o investidor. Essa etapa é essencial para manter a confiança do público na plataforma.
Em seguida, você precisará ter em mãos os custos bem definidos, tanto da campanha, quanto da execução, para que possa definir o valor a ser captado, a % de cada uma das cotas, além de prazo e uma meta de captação para a oferta pública.
É preciso ser realista e conservador, pois se o valor captado não considerar todos os custos logísticos ou não for compatível com os esforços de divulgação, se tornará inviável e consequentemente, não entregará o que prometeu para os apoiadores.
Especialistas em equity crowdfunding apontam que, para que uma pessoa ou grupo se sinta confiante para investir em uma empresa, é necessário garantir o seguinte: confiança no realizador do projeto, identificação com a causa e qualidade da apresentação. Esse tripé acaba tornando esse processo de lançamento de campanha bastante desafiador para aqueles que não conhecem uma metodologia de sucesso e acabam gastando mais tempo, dinheiro e energia na hora de lançar um crowdfunding de investimento.
Conheça a Arborus
Nascida em 2021 e autorizada pela CVM, a Arborus é uma plataforma inovadora, focada no crowdfunding de investimentos de impacto positivo. Por ter o ESG em seu DNA, a Arborus seleciona apenas investimentos com propósito para o seu portfólio de ofertas.
Mas não é apenas a sustentabilidade que é considerada na hora de aprovar um projeto por lá, pois é preciso também que haja rentabilidade para que o investidor esteja sempre em uma relação de ganha-ganha.
Essa plataforma é uma oportunidade para quem quer apoiar empreendedores conscientes e ideias inovadoras através da força do coletivo, ou para quem quer encontrar apoio para tirar um projeto de impacto do papel.
Para dar vida ao seu crowdfunding, basta cadastrar-se na plataforma da Arborus, preenchendo detalhadamente os dados solicitados, como o plano de negócios, mídias disponíveis, prazo e meta de captação, projeção financeira, número de cotas disponibilizadas e etc.
Após passar por um processo de aprovação, o seu projeto ficará à disposição dos investidores, que poderão investir de forma rápida, prática e simplificada. Além da experiência de investimento descomplicada e acessível, a plataforma também oferece acompanhamento da oferta em tempo real, acesso à área do investidor e disparo de notificações.
Pronto, agora é só divulgar sua oferta, encontrar apoiadores, criar uma rede de conexões verdes e começar a impactar o mundo.
Por Milene Moraes Almeida
Pós-graduada em Marketing Socioambiental e
Gerente de Relacionamento com o Investidor Radix
1 comentário em “Crowdfunding: Transformando Grandes Ideias em Impacto Real”
Pingback: Volatilidade à Vista: Onde Investir Agora Para Proteger a sua Carteira? – Investimento Florestal Radix